Cabelo amarrado, embaraçado, cachimbo na mão
Simplificado, isolado, pobre, de alma pequena
Na estação o rapaz mendigava uma moeda e até pedaço de pão
Cara fechada como sempre, andava pela multidão
Invisível pro homem, indispensável pra Deus
Desde a matina até o amanhecer, difícil de compreender a vida
É complicado! Diz que encontra paz
Quando eu entrava no busão batia uma aflição
Pela janela eu vi o que a sociedade faz
Quando eu entrava no busão, pagava o meu cincão
Com headphone eu viajava em paz
Na Barra Funda, foi lá que eu te vi
Realidade bateu e eu senti
E a pergunta que não calou em mim
Por que o amor gelou? Por que ele congelou?
Sempre com a mochila nas costas, pasta preta na mão
Conectado, antenado. O dia vem, repete a cena
Aperta o play logo, vai!
Abafa o choro da criança lá no banco de trás
"Poltrona 16" Eu olhei mais uma vez
Esse mundo deu a volta, mas, eu desacreditei
O cara ali sentado do meu lado
Com cabelo penteado, engravatado, era o mendigo que eu ignorei
Quando eu entrava no busão, pagava o meu cincão
Com headphone eu viajava em paz
Entrava no busão sem prestar atenção
Que eu era um soldado comandado a completar a missão
Ali no terminal ou lá em Portugal
Se eu não faço o bem eu faço o mal